segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Percebes é iguaria em risco em Portugal

Percebes é iguaria em risco em Portugal

O percebe, marisco que se encontra na costa portuguesa, está sobre-explorado e "com bastantes problemas" no sul, apesar da regulamentação existente, afirmou a biológa Joana Fernandes, que defendeu ser necessário efetuar mais estudo sobre a espécie.

A investigadora da Universidade de Évora, que descobriu uma nova espécie de percebe, em Cabo Verde, disse hoje à agência Lusa que, dos trabalhos feitos no sul do país, conclui-se que a espécie "não está bem, está com bastantes problemas, está numa situação de sobreexploração".

Joana Fernandes defendeu ser "necessário fazer muitos mais estudos para se tentar avaliar a situação". Trabalhos desenvolvidos pela Universidade de Évora debruçam-se principalmente sobre a costa alentejana e as Berlengas e, em relação ao norte, "não se sabe de nada".

A situação já levou à criação de regulamentação para controlar a apanha, mas, "na maioria das vezes, não é cumprida e sabemos que está a rarear bastante a abundância de percebes", um marisco "economicamente importante em Portugal", referiu.

De qualquer modo, aquela lei "ainda é muito recente e é difícil avaliar se está a ter impacto e se está a ajudar a preserver a espécie". Por isso, seria importante monitorizar a sua aplicação, defendeu.

O percebe aparece em zonas rochosas e de bastante agitação marítima.

Em Portugal, encontram-se percebes na zona entre a Ponta de Sagres e Sines, na região do Cabo Carvoeiro e Arrábida, no Cabo Mondego e na costa entre o Minho e o Porto.

Lusa
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Fonte: sic.sapo.pt

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Michel e Olivier põem cozinha "gourmet" sobre carris

Michel e Olivier põem cozinha "gourmet" sobre carris

O chefe Michel nunca tinha imaginado cozinhar em andamento, mas hoje fê-lo a mais de 100 quilómetros por hora, a bordo de um comboio, na apresentação das novas ementas do serviço Alfa Pendular da CP.

Com uma bancada improvisada, assente sobre dois bancos da carruagem, uma placa de indução, um tacho, alguma ginástica e o apoio dos seus alunos, Michel preparou a entrada que deu o mote para a refeição servida a 80 convidados, aproximadamente.

"O segredo está nas ervas", anunciou o cozinheiro, depois de concluir com uma mão de salsa, coentros e manjericão picados o "guisadinho de cogumelos" que mereceu os primeiros sinais de aprovação, apesar de uma inconveniente mas momentânea falha de energia.

"Hoje, foi uma grande primeira (vez) para mim, porque cozinhei a 220 à hora. Nunca tinha feito isto. (...) Hoje fizemo-lo com uma grande tranquilidade, com uma tecnologia muito avançada, que é a indução", afirmou Michel, com uma dose exagerada... de velocidade.

Viagem gastronómica

A composição que fazia a ligação Lisboa-Porto, estava praticamente a chegar a Caxarias, Ourém. Arrumada a "cozinha", os comensais saíram e apanharam novo comboio, no sentido contrário, para cumprir a segunda metade desta viagem gastronómica.

Depois de aguçado o apetite com o "serviço extra" de Michel, os convidados experimentaram alguns dos menus que vão acompanhar o próximo ciclo de ementas deste conceito de cozinha "gourmet" em movimento, idealizado pelo seu filho, o chefe Olivier.

Ementa

Da concepção de um à execução do outro, chegaram à mesa, depois dos cogumelos, um creme de galinha e castanhas e os pratos de peixe (lombo de bacalhau fresco com molho de manteiga e ervas aromáticas), carne (rojões de porco à portuguesa com migas de grelos e feijão frade) ou massa (farfalle com molho de camarão e fígado de pato), seguidos de sobremesa. Tudo confeccionado no Atelier de Cozinha Michel.

"Escolheram um chefe português conhecido para dar a imagem da comida nos comboios. Quando fui abordado para esta parceria, a única condição que pus foi a de que o controlo da comida seria feito pelo meu pai. Queria que fosse uma coisa mais controlada", explicou Olivier.

Serviço Latitudes - Café Comboio

Desde que o denominado Serviço Latitudes - Café Comboio foi criado em 2008, em parceria com a empresa de catering Servirail, é servida uma média de 200 refeições por dia no eixo Braga-Porto-Lisboa-Faro, a 13,90 euros cada, sem reserva, ou a 12,50, com pré-reserva.

"O Michel e o Olivier é uma aposta de prestígio (...), que permite oferecer um serviço de alta qualidade. É um dos serviços mais interessantes desta natureza na Europa. Eu diria que único", afirmou o presidente da CP.

Comer em andamento ou levar para casa

Cardoso dos Reis realçou que por "preços perfeitamente interessantes e módicos", ou seja, 6,90 euros, quem viaja em classe turística também pode aceder às confecções de Michel, através de "boxes", com sopa, prato principal e sobremesa, disponíveis para levar para o lugar ou para casa.

As novas ementas chegaram a agora, mas Michel já pensa na próxima época, que arranca dentro de seis meses: "No ciclo que vem, tenho trutas. Vou buscar as trutas a Manteigas. Porquê? Porque temos as melhores trutas do Mundo".

Com Lusa