segunda-feira, 2 de março de 2009

Essência do Vinho

Essência do Vinho

Mais de 2500 vinhos em prova no Palácio da Bolsa, de 5 a 8 de Março. Provas comentadas, a eleição dos Top 10 vinhos nacionais e uma festa de arromba esperam por si.

A sexta edição do Essência do Vinho – Porto vai contar com a presença de 300 expositores, cerca de 100 especialistas (nacionais e estrangeiros) em vinho e gastronomia, 50 acções paralelas (provas temáticas e comentadas de vinho, harmonizações entre vinhos e gastronomia, wine talks) e 2.500 vinhos em prova.
O Essência do Vinho – Porto 2009 irá ainda promover a prova “TOP 10 dos Vinhos Portugueses”, uma eleição realizada por um painel internacional constituído por cerca de 50 críticos de vinhos.
Na noite de 7 de Março, sábado, o Essência do Vinho – Porto 2009 organizará uma grande festa na cidade do Porto, com a presença de centenas de convidados. Além da música e da diversão, serão ainda divulgados e entregues os prémios do concurso WINE and OLIVE OIL DESIGN AWARDS e os MELHORES DO ANO, promovidos pela revista WINE – A Essência do Vinho.
Nos dias do evento, alguns bares do centro da cidade do Porto irão proporcionar vinho a copo aos seus clientes. Trata-se de mais uma forma de demonstrar que um copo de vinho pode ser uma boa opção para uma noite divertida, com amigos.

Chefs de Lisboa cozinham em Espanha

Chefs de Lisboa cozinham em Espanha

Seis chefs de Lisboa participam, entre 21 e 25 de Fevereiro, no Fórum Girona 2009, apresentando produtos nacionais.

A iniciativa conjunta do Turismo de Portugal e do Turismo de Lisboa, vai antecipar o evento evento Peixe em Lisboa, que terá lugar em Abril.

Henrique Sá Pessoa, Fausto Airoli, Bertílio Gomes, Vítor Sobral, Luís Baena e Augusto Gemelli, mostram, aos especialistas em gastronomia, a cozinha actualizada, com um toque tradicional, e de grande qualidade, que caracteriza Lisboa e que constitui um dos principais produtos turísticos do destino.

No dia 23 de Fevereiro, o Turismo de Lisboa patrocina um jantar oficial, no âmbito do Fórum Girona, num restaurante da cidade catalã, confeccionado por estes seis chefs, que utilizarão produtos nacionais nas suas criações.

A participação do Turismo de Lisboa neste evento, à semelhança do que aconteceu noutros encontros gastronómicos, como o Madrid Fusion e no Mejor de la Gastronomia, em San Sebastian, visa promover, além fronteiras, a riqueza e a diversidade da gastronomia lisboeta, a fim de captar mais turistas para o destino, em sintonia com o Plano Estratégico do Turismo de Lisboa – TLx10.

O Peixe em Lisboa, um evento cuja primeira edição, em 2008, atraiu mais de 15 mil pessoas, regressa à cidade, entre 18 e 26 de Abril, desta vez ao Pavilhão de Portugal, com a participação de mais chefs e restaurantes.

De um total de dez restaurantes, seis repetem a presença no Peixe em Lisboa, enquanto quatro o fazem pela primeira vez. Neste contexto, participarão, igualmente, 20 chefs, quatro dos quais estrangeiros de renome internacional.

Fonte: sabores.sapo.pt

Pimenta Rosa

Pimenta Rosa

Em Campo de Ourique, saboreia-se Portugal

No típico bairro lisboeta de Campo de Ourique mora, desde final de 2008, um novo espaço onde odores e sabores reconstroem a geografia gustativa portuguesa. Arcos de Valdevez, Moncorvo, Régua, Trás-os-Montes, Caldas da Rainha, Portalegre; o périplo português cabe todo na mercearia Pimenta Rosa. O espaço fica na Rua Almeida e Sousa, 48-B, não muito longe do Mercado de Campo de Ourique; embora neste bairro, com dimensão muito humana, tudo esteja perto.

Antes de entrar, já os sentidos se deliciam na montra; um piscar de olho à descoberta interior. Entre portas confirma-se a vocação de mercearia da Pimenta Rosa; uma mostra que é o resultado conjunto da dedicação de três sócios, Marco Puga, Pedro Simão e Luís Martins. Uma iniciativa que surge ligada a um projecto anterior (e que se mantém) de organização de eventos.

Num bairro que vem, desde há alguns anos, consolidando uma oferta com um toque Gourmet, a Pimenta Rosa surge, como nos conta Marco Puga, como “uma loja diferente no contexto de Campo de Ourique. Na Pimenta Rosa cabem, “exclusivamente produtos regionais portugueses”, sublinha o proprietário, acrescentando, “não encaramos este espaço tanto como um gourmet, mas antes sim como uma mercearia”. Uma mercearia que, sem desprimor para um certo toque tradicional, aposta numa imagem marcadamente cosmopolita. O jogo de cores é enérgico, com amarelos-torrados e rosas intensos (como a própria marca que serve de ancora ao projecto). Em contraponto, os expositores jogam com tons escuros, em apego a velhas estantes. É ai que cabe toda a oferta. biscoitos, bolachas, chocolates, chás, compotas, derivados de mel, ervas de cheiro, espumantes, aguardentes, azeite, licores, queijos, entre muitas outras propostas, encontram um cantinho na Pimenta Rosa.

A gama de escolhas vai desde os refinados doces regionais: rebuçados de Arcos de Valdevez (que pedem uma gula bem resistente), as amêndoas de Moncorvo (que ocupam meses de laborosa paciência das “cobrideiras”), as compotas de uva; até aos patês de pescado, ao azeite transmontano, às conservas Tricana.

A oferta não se prende, somente, às especialidades que se provam. Há, também, embora com menor dimensão, os requintes artesanais, como nos explica Marco Puga: “temos, por exemplo, os sabonetes Confiança, peças de faiança Bordalo Pinheiro”.

Embora seja, como loja, um projecto ainda jovem a Pimenta Rosa conta já com clientela fiel, alguma dela não dispensando as propostas, sempre em renovação, no blog da loja; um cantinho no virtual com todas as novidades.

Pimenta Rosa - A Mercearia
Rua Almeida e Sousa, 48-B
Campo de Ourique - Lisboa
Tel: 213 889 430
E-mail:. info@pimentarosa.pt

Aprender a apreciar um vinho

Aprender a apreciar um vinho

Uma conversa com Rui Chavinha, consultor e formador na área dos vinhos.

Assume-se como um formador do gosto; alguém que procura transmitir aos outros o entusiasmo e fascínio que o mundo dos vinhos lhe desperta. Rui Chavinha, consultor e formador na área dos vinhos, fala-nos desta matéria com entendimento e sem mistificações. Para este especialista, apaixonado por vinhos portugueses, apreciar é, antes de mais, uma questão entre dois opostos: “gosto ou, não gosto”. A regra de ouro é não complicar e, acima de tudo, provar. O mundo dos vinhos é vasto, mas com método e orientação o mero curioso pode tornar-se num “entendido”.
Rui Chavinha fala por experiência própria. O interesse por vinhos surgiu na sua vida como uma “evolução natural”. Com o interesse veio a especialização e a troca de experiências com enólogos e produtores.
Rui Chavinha traduz-nos o seu conhecimento em conselhos práticos. O tom da conversa é informal e os vinhos apresentados como amigos que não precisam de convite para entrar.

É comum ouvir dizer que “Portugal é um país de vinhos”. É um país de bons vinhos?
Portugal é um país que tem tudo para produzir bons vinhos e, ultimamente, tem conseguido fazê-los. Durante muito tempo tivemos a arrogância de achar que só por ser um vinho português era bom. O problema era considerar que só nós fazíamos bom vinho.
É indiscutível que temos microclimas fantásticos para fazer vinhos excepcionais. Dou um exemplo: quem faz um bom Vinho do Porto que é uma bebida de elevada qualidade pode, certamente, fazer grandes vinhos tintos.
Os vinhos portugueses têm um carácter distintivo. Bebo um vinho do Dão, da Bairrada e do Douro e reconheço-os em qualquer lado.

Temos, então, todos os ingredientes. O que tem faltado para dinamizar os vinhos portugueses?
Faltou até agora um saber fazer, programação e espírito aberto. Antes, fazíamos vinho porque como ouvíamos dizer no tempo da ditadura “dava de comer a um milhão de pessoas”.
Para os vinhos maduros não tínhamos as vinhas em condições, nem as castas certas nas regiões certas. Apostava-se em muita quantidade mas em pouca qualidade.
Os vinhos portugueses não eram conhecidos além fronteiras. Para promoção externa só fazíamos o Vinho do Porto.

É um problema de dimensão?
Procedíamos com o vinho tal como com o turismo. A promoção fazia-se em torno do Sol e do clima ameno. A aposta assentava na generosidade da natureza. Com o vinho era a mesma coisa. As vinhas existiam e fazer vinho era uma consequência dessa realidade.
De há cinco a dez anos a esta parte começámos a pensar em fazer bons vinhos. Falta, no entanto, a tal dimensão. Retalhamos as áreas de vinha e fazemos produções muito pequenas. O que acontece? As marcas não se conseguem internacionalizar, pois produzem pequenas quantidades só para consumo interno. Dou um exemplo: no Alentejo há um conjunto de produtores que fazem vinhos muito semelhantes. Há vantagem em que se unam e concorram com uma marca forte no estrangeiro.

Concentremo-nos no vinho. O que faz um bom produto?
O bom vinho resulta da combinação de muitos factores naturais e, claro está, humanos. Repare, a mão humana está em todo o processo, desde a preparação da terra, à selecção de castas, ao tratamento da vinha, à vindima, à produção em si. Basta que um dos elos da cadeia falhe, para que um vinho potencialmente bom se torne num vinho mediano. O consumidor não deve medir a qualidade do produto pelo preço ou outros critérios subjectivos. Temos bons vinhos desde os dois ou três euros. É claro que não são os vinhos de excelência.

Vinhos e comida são duas realidades indissociáveis?
Há poucos prazeres na vida tão compensadores como associar a boa cozinha a um bom vinho. Assistimos hoje em dia à tendência das pessoas pensarem no que vão beber e, depois, no prato que melhor se adequa. O vinho, assim visto, é um acto cultural.

O que é fundamental saber quando se combina vinho e comida?
È tudo uma questão muito pessoal, mas é essencial saber distinguir as diferenças entre os vinhos das varias regiões. Depois tentar conjugar a comida com o vinho que achamos mais indicado. Por exemplo, um prato forte exige um vinho complexo e igualmente forte.

A experiência é importante para se conhecer um bom vinho?
No fundo é importante não ter receio de errar. O fundamental não são os cursos que se fazem sobre vinhos é aprendermos a sentir a bebida. E, aqui, a regra de ouro passa por saber colocar uma pergunta muito simples: “Soube-me bem, não me soube bem?”. O tempo leva à descoberta. É uma aprendizagem. Um bom primeiro passo é escolher, durante um mês ou dois, uma garrafa de cada zona de vinhos portuguesa. Há que saber distinguir os sabores entre um Dão, um Alentejo, um Ribatejo, um Sado, um Bairrada, por ai fora. Cada região tem características próprias que podem ir mais ou menos de acordo ao gosto do consumidor. Depois de escolher uma região, devemos experimentar diversos produtores.
Tal como disse atrás não nos devemos influenciar pelo preço.

Um vinho enriquece com a idade?
Regra geral não. Diria que guardar um vinho muito tempo é mau investimento. Isto porque hoje em dia temos bons vinhos a sair todas as semanas. Logo, qual a vantagem de guardar quando podemos experimentar? Por outro lado, o vinho passado um ano ou dois não vai melhorar as suas características. Temos que entender que o vinho é um organismo, uma bebida em mutação.
Já um Porto é diferente. Modifica-se, sem perder qualidade.
Gostaria de alertar para dois pontos relacionados com o consumo e que, regra geral, merecem pouca atenção. Em primeiro lugar, o copo. Para se apreciar convenientemente um vinho é preciso um bom copo. Este deve ter um pé alto, uma base larga, uma boca fechada e, quanto mais fino melhor.
Por outro lado um vinho com dois ou três anos precisa, quando é aberto, de respirar por meia hora a 45 minutos. O vinho necessita oxigenação.

O vinho prova-se, mas também se cheira e olha…
Cheiramos um vinho para saber, através do olfacto, se este se encontra em condições. Grande parte do prazer que se tira de um vinho é o olfacto.
Quanto ao olhar serve-nos para captar diferentes características: ver a lágrima, a cor, se o vinho é mais rubi, mais carregado, mais concentrado, mais ligeiro.

A prova é um processo complexo?
Depende se é um técnico ou um mero consumidor. Para este último o essencial é tentar perceber que sentidos nos desperta a prova, desde a fruta aos cheiros, se termina mais
longo. Se é redondo ou um pouco mais adstringente.